ATA DA SEXAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 14-12-2000.

 


Aos quatorze dias do mês de dezembro do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega dos Troféus Glênio Peres - Concurso de Poesia e Monografia, nos termos do Requerimento nº 194/00 (Processo nº 3210/00), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador João Motta, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Baiard Brocker, representante da Secretaria Municipal da Cultura; a Senhora Lícia Peres; a Senhora Márcia Papaléo; o Senhor Júlio César Correia da Silva; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Vereador Pedro Ruas, na ocasião, Secretário “ad hoc”. Após, o Senhor Presidente destacou e agradeceu a participação da Comissão Julgadora, composta pelos Senhores Joaquim Monks, Gisele Bueno Pinto, Severino Souza, Suzete Sozinho, Hugo Ramirez e Lauri Maciel, e da Comissão Organizadora, constituída por entidades ligadas à área da Literatura do Estado. A seguir, o Vereador João Motta, presidindo os trabalhos, convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, referiu-se à importância política do Senhor Glênio Peres e sua ligação com o mundo cultural da Cidade, enfatizando a oportunidade propiciada por este Legislativo para a descoberta de novos talentos na área da poesia e da literatura. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Pedro Ruas, que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, registrou sua honra em pronunciar-se na presente solenidade, como representante de todos os Vereadores desta Casa. Nesse sentido, lembrou a atuação de Glênio Peres neste Legislativo, tecendo considerações acerca da trajetória política de Sua Senhoria e ressaltando o envolvimento que teve essa personalidade no processo cultural da Cidade. Em continuidade, foi realizada a entrega dos Diplomas de Menção Honrosa, na categoria Poesia, como segue: o Senhor Hugo Ramirez à Senhora Ana Lúcia Paranhos, classificada em quinto lugar, pela poesia “Ode a Porto Alegre”; o Vereador João Motta ao Senhor Sérgio de Toledo, classificado em quarto lugar, pela poesia “Meu Alegre Porto”; o Senhor José Moreira da Silva ao Senhor Sérgio Agra, classificado em terceiro lugar, pela poesia “Retratos”; o Senhor Jorge Peixoto à Senhora Maria Dornelles da Costa, classificada em segundo lugar, pela poesia “Porto Alegre”; o Vereador Pedro Ruas ao Senhor Sérgio Agra, classificado em primeiro lugar, pela poesia “Rapsódia ad Urbe”. Também, o Senhor Presidente convidou a Senhora Lícia Peres para proceder à entrega, ao Senhor Júlio César Correia da Silva, do Troféu alusivo ao primeiro lugar na categoria Poesia, pela poesia “Um Lugar Para o Amor”, e à Senhora Maria Beatriz Meurer Papaléo, neste ato representada por sua filha, Senhora Márcia Papaléo, do Troféu de primeiro lugar na categoria Monografia, pela monografia “Poemas da Minha Cidade: Porto Alegre, a Musa Provinciana”. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Márcia Papaléo, representante da Senhora Maria Beatriz Papaléo, e ao Senhor Júlio César Correia da Silva, que agradeceram os Troféus recebidos, e à Senhora Lícia Peres, que relatou a paixão de Glênio Peres pela poesia e literatura, elogiando a iniciativa desta Câmara Municipal em incentivar a produção cultural no Município e exaltando a qualidade dos trabalhos apresentados no presente Concurso. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de Aline Medeiros da Silva, de treze anos de idade, como a participante mais jovem do Concurso Glênio Peres de Poesia e Monografia. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e vinte minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador João Motta e secretariados pelo Vereador Pedro Ruas, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Pedro Ruas, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Motta): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada à entrega dos Troféus Glênio Peres - Concurso de Poesia e Monografia.

Convidamos para compor a Mesa: o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; a Sr.ª Lícia Peres, feminista, esposa do Glênio; o Sr. Baiard Brocker, representando a Secretaria Municipal de Cultura; Márcia Papaléo, filha da Sr.ª Maria Beatriz Papaléo; Júlio Cesar Correia da Silva.

Gostaríamos de registrar que a Comissão Julgadora foi constituída de várias personalidades do mundo da cultura e da poesia da nossa Cidade, que eu gostaria de referir; e ao referir, gostaria também de fazer um agradecimento especial em nome da Presidência e da Mesa Diretora da Câmara Municipal pela contribuição fundamental e decisiva de vocês para que nós estivéssemos, neste instante, fazendo esta Sessão Solene: ao nosso querido e conhecido poeta Joaquim Monks, a Gisele Bueno Pinto, Severino Souza, Suzete Sozinho, Hugo Ramirez e Lauri Maciel, a todos vocês os nossos mais sinceros agradecimentos.

À Comissão Organizadora do concurso também gostaria de fazer um agradecimento especial, constituída por várias entidades ligadas ao mundo da literatura do Rio Grande do Sul, eu também gostaria de fazer um agradecimento especial.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Dando seqüência a esta Sessão, a Presidência deseja fazer um breve registro, em nome da Mesa Diretora e em nome das demais Bancadas que não usaram o tempo de manifestação.

O que move a Mesa Diretora dos trabalhos da Câmara Municipal de Porto Alegre a retomar a idéia, que já existe na Câmara, na verdade, por iniciativa de outra Legislatura, há dez anos, são duas razões fundamentais.

A primeira, queremos também deixar absolutamente registrado na memória desta geração e desta Legislatura o nosso reconhecimento ao grande homem público que foi Glênio Peres, bem como também fazer o reconhecimento, em toda a sua trajetória, como homem sensível e aberto a tudo aquilo que se fez em Porto Alegre no chamado mundo da cultura.

Em segundo lugar, também, é uma forma simbólica que a Câmara Municipal tem de abrir espaços para os novos talentos na área da poesia e da literatura.

Portanto, combinando um grande exemplo de homem público com o talento dos novos literatos, dos novos poetas, das novas poetisas, achamos, Lícia, que estamos nesta Legislatura fazendo aquilo que, na minha opinião, é o mínimo que o Glênio merecia, que é fazer, definitivamente, esta homenagem e garantir, a partir de agora, o nosso compromisso como cidadão, na medida em que este Presidente não volta à Câmara a partir do ano que vem, quando serei um cidadão a cobrar, juntamente com todas as entidades poetas que estão aqui, para que no ano que vem não se perca mais o rumo do que é obrigação, sim, da Câmara, qual seja, não só aprovar as leis e as resoluções, mas também dar efetividade a elas.

A única forma que temos de materializar, na memória da Cidade, referências que são parte da Cidade, como foi Glênio Peres, é fazendo todos os anos esta homenagem, mediante esta solenidade, com o testemunho de vários cidadãos e cidadãs que estão presentes neste ato.

Portanto, é o registro que faço em nome da Mesa Diretora.

Gostaria de convidar, também, um dos Vereadores mais qualificados que temos neste Parlamento para que, em nome dos demais trinta e três Vereadores, Lícia e demais companheiros de Mesa, faça uma leitura política a respeito de quem foi esse nosso homenageado. Nada mais justo que nós façamos isso na voz de um correligionário seu, nosso querido Ver. Pedro Ruas, ex-Secretário de Obras do Estado do Rio Grande do Sul.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Escritores, poetas, literatos, amigos e amigas que nos dão a honra estarem aqui no dia de hoje, nesta Sessão Solene, nesta Sessão especial.

Em poucas palavras, Presidente João Motta, quero, em primeiro lugar, agradecer a V. Ex.ª pela honra de falar, neste momento, em nome dos trinta e três Vereadores desta Casa , usando a tribuna que, por muitas vezes, com raro brilhantismo, talvez inigualável, usou durante muito anos o próprio Glênio Peres.

Esta tribuna, a tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre, Lícia, foi um dos palcos onde se viu de forma melhor aquela figura ilustre, o nosso líder, o nosso amigo, o nosso companheiro, o teu marido, o pai do Lorenzo, o Glênio Peres.

Hoje, passados doze anos, quase treze anos do falecimento do Glênio, continuo desacostumado com essa ausência. O Glênio fez tanto, em tão pouco tempo que parece que ele viveria e vive duzentos anos. Não há lugar nesta Cidade; não há atividade cultural; não há atividade política; não há debate institucional que não nos lembre a figura de Glênio Peres.

É extraordinário verificar que o Glênio está presente em cada ação de importância para a Cidade ou para o Estado, que cada um de nós, que cada homem, que cada mulher, comprometidos com a causa social, desenvolve.

Nesse período todo nós ficamos vendo o mito Glênio Peres, vendo a figura histórica Glênio Peres, tentando observar as diferenças, Presidente João Motta, entre aquele amigo fraterno, que eu tive a honra de conhecer e de, portanto, ser seu amigo, e essa figura extraordinária que fez a história da Cidade, do Estado e do próprio País, com a sua atuação política.

E vejo que muitas vezes, em vida, por mais que admirássemos o Glênio, por mais que seguíssemos as suas orientações, nós não tínhamos a dimensão da estatura política do Glênio Peres, porque ele foi sempre maior, a cada dia que passava e até o final daqueles últimos dias de fevereiro de 1988, quando ele chamou alguns amigos, Lícia, para a sua despedida e eu tive a honra de ser um desses amigos chamados – na tua casa, na Duque de Caxias. E o Glênio cresceu sempre. E naqueles dias ele discutia comigo, no último dia em que conversei com ele, nos últimos dias de vida do Glênio ele ainda discutia a unidade socialista e o futuro do PDT, o que depois se denominou muito como campo popular. E ele dizia: Ruas, não tenha dúvida, a nossa vocação, a nossa origem trabalhista, a nossa vocação é o socialismo democrático. Todo o movimento partidário que estiver nessa linha, terá a linha correta do trabalhismo.

O Glênio se preocupava, nos seus últimos dias de vida, com a continuidade do Partido e da sua linha doutrinária, do seu posicionamento político, do seu perfil ideológico. E durante toda a sua vida, em todas as áreas que atuou, ele se destacou.

E nessa área específica que tratamos hoje, Presidente João Motta, que é a área das monografias e poesias, onde serão entregues os prêmios que a Mesa Diretora em tão boa hora resolveu retomar, através da iniciativa de V. Ex.ª e de seus demais Pares no comando desta Casa. Nós nos lembramos e todos nos sentimos homenageados, todos. Nos sentimos homenageados por termos vivido no tempo do Glênio Peres, porque daqui a cem, duzentos anos, quando os porto-alegrenses do futuro, os gaúchos do futuro passarem nesse Largo Glênio Peres, por certo não lembrarão de todos nós, mas lembrarão do Glênio Peres e do seu tempo, e nós tivemos a ventura de viver no seu tempo e a honra de convivermos com ele.

Hoje é uma dessas manifestações onde a Mesa da Câmara mostra a sua criatividade e a sua grandeza. Ela retoma algo que para o Glênio era muito caro, a poesia, as monografias, a literatura; isso era a alma do Glênio Peres. O Glênio boêmio, o Glênio companheiro, o Glênio Líder, o Vereador, o Vice-Prefeito, o dirigente partidário, o dirigente político, o pai do Lorenzo. Neste momento o Glênio continua, como sempre, vivendo nessas ações. Cada pessoa que receber hoje sua premiação, sua distinção, receberá na verdade uma parte da história dessa Cidade, um prêmio com o nome do Glênio Peres, é uma honra na vida de qualquer pessoa, ainda mais quando se dedica à poesia, à monografia, à literatura, em geral, que era o que estava no coração do Glênio. Aquilo que ele amava com paixão, aquilo que a Lícia Peres conheceu tão bem, meu caro Monks, na vida do Glênio Perez.

Por isso eu concluo, Presidente João Motta, dizendo a V. Ex.ª que esta Casa está de parabéns pela sua iniciativa. A Mesa Diretora recebe os nossos cumprimentos, os cumprimentos dos amigos do Glênio Peres, dos seus liderados, dos seus companheiros.

Na pessoa da Lícia Peres cumprimento toda a família do Glênio Peres e fazer mais um elogio à capacidade interminável, inacreditável, inesgotável de atuação do Glênio Peres, minha cara Lícia, e a todos os demais os nossos cumprimentos, também, e os nossos agradecimentos pela presença no dia de hoje porque, se nós nos reunirmos todos os dias para homenagearmos o Glênio, não teremos feito o suficiente, mas, se nos reunirmos em alguns momentos para fazer aquilo que o Glênio mais gostava de valorizar, que estava no seu coração, além da atividade política, essa extraordinária capacidade de envolvimento na área cultural, estaremos, sim, honrando a sua memória.

Aos premiados e distinguidos no dia de hoje, meus parabéns; à Mesa, os nossos cumprimentos e a convicção de que o Glênio nesta Casa, nesta Cidade, neste Estado e neste País, que continua vivo, continua lembrado, continua com influência, continua com liderança e orientado os nossos caminhos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Procederemos agora à entrega dos prêmios. Convido o Sr. Hugo Ramirez para fazer a entrega do Diploma de Menção Honrosa, na categoria Poesia, para Ana Lúcia Paranhos, em 5º lugar, pela poesia Ode a Porto Alegre.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

Convido o Sr. Sérgio de Toledo para receber o Diploma de Menção Honrosa,  na categoria Poesia, em 4º lugar, pela poesia Meu Alegre Porto.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

Convido o Dr. José Moreira da Silva para fazer a entrega do Diploma de Menção Honrosa, na categoria Poesia, para Sérgio Agra, em 3º lugar, pela poesia Retratos.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

Convidamos o Sr. Jorge Peixoto para fazer a entrega do Diploma de Menção Honrosa, na categoria Poesia,  para Maria Dornelles da Costa, em 2º lugar, pela poesia Porto Alegre.

 

(Procede-se à entrega do Diploma. ) (Palmas.)

 

Convidamos o Ver. Pedro Ruas para fazer a entrega do Diploma de Menção Honrosa, na categoria Poesia, ao 1º lugar para Sérgio Agra, pela poesia “Rapsódia ad Urbe”.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

Convidamos a Sr.ª Lícia Peres para fazer a entrega do Troféu, de 1º lugar, na categoria Poesia, ao Sr. Júlio César Correia da Silva, pela poesia Um Lugar para o Amor.

(Procede-se à entrega do Troféu.) (Palmas.)

 

Também gostaria de convidar a Sr.ª Lícia Peres para entregar o Troféu de 1º lugar na categoria Monografia para a Sr.ª Maria Beatriz Meurer Papaléo, neste ato representada por sua filha, Sr.ª Márcia Papaléo, pela monografia Poemas da Minha Cidade: Porto Alegre, a Musa Provinciana.

A Sr.ª Márcia Papaléo está com a palavra.

 

A SRA. MÁRCIA PAPALÉO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estou aqui representando a minha mãe que, infelizmente, não pôde comparecer, está em viagem. Sinto-me muito orgulhosa por estar aqui neste momento, até porque foi um ano muito difícil, principalmente para a minha mãe e para toda nossa família, e acho que veio “bem a calhar” esta premiação. Devo muito a ela todo este aspecto cultural que trago dentro de mim, na área da literatura, das artes, do teatro, do cinema. Desde pequenina foi uma coisa que a minha mãe sempre fez com a gente. Em momento algum, por mais que ela ficasse sempre grudada nos livros, nos estudos, na pesquisa, ela nos deixou de lado, ao contrário, sempre puxando a gente junto dentro dessa área.

Ela mandou um e-mail para que eu lesse rapidamente e, assim, tornar presente a sua pessoa. (Lê.)

“O recebimento do Troféu Glênio Peres representa, para mim, o reconhecimento da obra de Athos Damasceno Ferreira, escritor porto-alegrense, cuja obra literária foi toda dedicada a sua Cidade, a qual ele tanto amava. Seu olhar apaixonado para Porto Alegre captava seus recantos bucólicos, a Cidade provinciana das primeiras décadas do século passado, com suas praças, suas festas populares, seu rio... Compartilhar seus afetos, recuperar a história e a cartografia porto-alegrense, levou-me a uma trajetória na qual o passado é o catalizador que torna minha cidade-berço ainda mais amada. A ela, a minha Porto Alegre querida, dedico este prêmio. Maria Beatriz Meurer Papaléo” Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Sr. Júlio César Correia da Silva está com a palavra.

 

O SR. JÚLIO CÉSAR CORREIA DA SILVA: Sr. Presidente, em primeiro lugar quero agradecer a oportunidade de participar deste grande evento e dedicar este troféu a duas grandes pessoas que estou conhecendo e que me receberam muito bem na Cidade, apesar de ser de Montenegro e ter uma vida praticamente dividida entre as Cidades, a Joaquim Monks, que me convidou para participar do evento, a Sr.ª Lícia Peres, pela digníssima pessoa e memória de Glênio Peres.

Em se tratando de poesia, é difícil tentar diagramar a imagem de Porto Alegre, todo o seu lirismo, conseguir condensar em poucas palavras toda uma história de uma cidade. Não existe, para mim, como uma pessoa analítica, que observa e lírica, poema que se compare ao mapa do nosso Mário Quintana. E nessa intenção, eu procurei e pedi aos anjos e benfeitores que, de certa forma, me inspirassem para que eu conseguisse dizer, com as minhas palavras modestas e humildes, o grande sentimento que tenho por esta Cidade.

A todas as pessoas envolvidas, à Câmara de Vereadores, autoridades presentes, aos amigos, o meu agradecimento mais sincero e profundo à grande oportunidade e que Deus nos abençoe. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): A Sr.ª Lícia Peres está com a palavra.

 

A SRA. LÍCIA PERES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É um momento muito especial para mim, porque o Glênio era uma pessoa que amava os poetas e a poesia, era apaixonado pela literatura. Lamento meu filho não poder vir, porque tem provas e tem quinze anos, senão o traria para que ele sentisse como é importante que a Câmara Municipal de Porto Alegre incentive a manifestação cultural, incentive as pessoas a escreverem, observar a sua Cidade, porque, muitas vezes, temos um talento e não temos estímulo. O Poder Público precisa, realmente, incentivar os jovens talentos, porque uma cidade é feita disso.

Anteontem, estive num sarau chamado “Sarau Elétrico”, ali no Memorial do Rio Grande, faço parte de uma comissão que estrutura a memória dos “Anos de Chumbo” e fui convidada para ler textos. Eu li um texto do discurso do Glênio, que motivou a cassação, chamado Na Terra do Silêncio, a terra que queriam silenciar, Pedro, e aquele momento da leitura daqueles textos foi um momento assim muito emocionante e eu vi que a concepção do Glênio, que ele coloca naquele discurso, é justamente essa: que uma Câmara não pode se preocupar apenas com a parte física da Cidade, mas, essencialmente, com aquilo que acontece com as pessoas, e incentivar a arte e a cultura é uma forma salvadora. A cultura e a arte salvam, porque são manifestações de intensa beleza e o Poder Público precisa, cada vez mais, incentivar isso, fazer com que a juventude, que muitas vezes fica hipnotizada na frente da televisão, que tem talento e não chega a expressar por falta de oportunidade para colocar para fora, às vezes, o seu talento, escreva, pesquise. Tive oportunidade e até não li os outros trabalhos, mas fiquei literalmente encantada com os dois poemas do candidato que ganhou o primeiro lugar. É de uma beleza, uma precisão, porque a palavra é garimpagem, achar a palavra exata e de uma certa forma a poesia e a música são silenciosas, elas têm um ritmo, elas têm uma beleza e elas nos arrebatam quando são bem-feitas.

Então eu queria, Ver. João Motta, agradecer a V. Ex.ª, como Presidente, e à Mesa da Casa que instituiu o prêmio. Prêmio que ficou, vamos dizer, esquecido durante doze anos.

Queria agradecer também às pessoas que se inscreveram para a monografia e para a poesia. Quero principalmente parabenizar - eu fiquei emocionada - de todo o coração os poetas e as pessoas que escreveram as monografias. Eu tenho certeza de que este é um primeiro momento para que essas pessoas tenham um alto sucesso nesse aspecto da sua vida, um aspecto fundamental, extremamente importante e rico. Certamente elas são mais felizes quando podem-se dedicar a uma coisa tão elevada como a literatura, como a arte, como a cultura. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. JOÃO MOTTA: Eu gostaria de registrar a presença da nossa mais jovem participante, de treze anos, a Aline Medeiros da Silva. (Palmas.) Estou registrando a tua presença, Aline, e quero fazer, na tua pessoa, Aline, um reconhecimento também pela participação de todos os demais.

Quero dizer, ainda, que vocês terão, a partir de segunda-feira, também o diploma de participação, que estará à disposição de vocês aqui no setor de Relações Públicas da Casa. (Palmas.)

Quero, mais uma vez, agradecer a todos pela presença a esta Sessão e, em nome da Mesa Diretora dos trabalhos, parabenizar a todos os nossos concursados vencedores e registrar também à Lícia o nosso mais fraterno agradecimento pela sua presença. Encontramo-nos em outro ato. Ainda bem que foi possível viabilizar a tua presença nesta Sessão, Lícia.

Agradeço a presença do Dr. Telmo, dos demais componentes da Mesa, de todos os senhores e senhoras presentes.

Mais uma vez, enfatizo aqui que, se não fosse a participação da Comissão Organizadora, da Comissão Julgadora, este ato não seria possível. Portanto, o nosso agradecimento também a todos vocês.

Desejo que, a partir do ano que vem, Ver. Pedro Ruas, não se perca mais da memória esta homenagem ao Glênio Peres. Muito obrigado.

Eu convido a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h20min.)

 

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